O QUE SIGNIFICA SER CRISTÃO?
A definição de “cristão”, desde a Antioquia, em Atos dos Apóstolos 11:26, é de discípulo de Jesus Cristo. Homens e mulheres que conhecem as Escrituras e guardam sua fé em oração e em busca incessante da presença de Deus. Geralmente, estão em comunhão com uma igreja cristã e professam sua fé publicamente.
Para o mundo, o cristão é o religioso fanático. Um moralista que só quer palco para discurso. Alguém para se evitar (e ridicularizar), pois não dizem o que é agradável aos ouvidos; não são companhias para festas e bares, nem para conversas escarnecedoras.
O cristão é verdadeiramente intrigante! Seu “corpo” está no mundo, mas seu coração está na promessa de Cristo Jesus. O cristão adoece, sente fome, passa necessidades, sofre perseguições por causa de sua fé; mas suas ações, seus métodos, suas falas não são amoldados pelo mundo. Seu estilo de vida se opõe ao do não cristão de forma tão evidente, que o mundo tende a desprezá-lo - sim, mas não sem admiração!
Pois nada parece abalá-lo. Nas tribulações, ele é sereno. Fome e frio não lhe turbam a paz. O cristão mal se esforça para ser notado, pois é luz que brilha nas trevas (Mateus 5:14). Luz que incomoda o mundo, mas não sem se admitir que aquele que é de Cristo é confiável, é amável e é irrepreensível! Não motiva críticas, exceto de má-fé. Ele sabe dominar a si mesmo, é longânimo, é compassivo, é fiel e seus frutos provém do Espírito Santo (Gálatas 5:22-23).
O cristão tem aquilo que outras pessoas ainda estão buscando: o objetivo de vida, a paz, a felicidade perene. Enquanto o não cristão ainda procura saber por quê nasceu e o que deve fazer no mundo e com sua própria vida, o cristão está exatamente onde deve estar: no centro da vontade de Deus. Enquanto os caminhos do mundo são tão tortuosos, de mentiras, de ideais vazios, de religiosidades e de pecados, o caminho percorrido pelo cristão é reto e constante; seu objetivo é claro e eterno.
O cristão tem sua mente renovada dia após dia (Romanos 12:2). Há um processo contínuo e crescente de santificação, por meio do exercício da fé e de cumprimento dos mandamentos de Deus. O cristão está sempre se aperfeiçoando, pois Deus é fonte inesgotável de conhecimento. Seu objetivo é ser aprovado por Deus em tudo o que fizer, e não há esperança maior do que ouvir de Seu Senhor: servo bom e fiel (Mateus 25:21), o que acontecerá na eternidade.
Pois, sim: o cristão é um servo de seu Deus. E procura suprimir as vontades de sua carne para atender ao Seu Senhor todos os dias. Parece escravidão? Pois, ainda que o seja, Seu Senhor é justo e misericordioso. Seu Senhor o ensina, o pega pelas mãos, caminha com ele. E, quando o cristão tropeça, Seu Senhor lhe ajuda a se levantar. Seu Senhor o perdoa por suas falhas, o ensina a tomar decisões e demonstra Seu amor.
Será que o mundo pode dizer o mesmo de seus “senhores”? Pois onde estiver o coração dos homens, ali estarão seus ídolos (Lucas 12:34, Mateus 6:24) – e será que a riqueza, os prazeres, a fama são tão “compassivos” assim? Quantos são os que, vivendo pelas riquezas, perderam sua própria essência, e, ao final, nem riqueza alguma conquistaram, pois buscaram mais e mais daquilo que nunca lhes satisfizeram? Quantos têm procurado por fama e, hoje, vivem e agem apenas pela exposição, ainda que mediante uma vida falsa e vazia? Quantos procuram “renovar” suas mentes usando de filosofias humanas e de religiões deste mundo, mas permanecem tão perdidos em seus espíritos? Se seus “deuses” o satisfazem, onde está a paz? Onde está a certeza de se estar no caminho certo?
O cristão, porém, vive no mundo, mas não está no mundo. É peregrino nesta terra (1 Crônicas 29:15). Ele busca seu sustento no seu trabalho, mas o dinheiro não o escraviza. Sua diversão é sadia e sem excessos, com seus irmãos na fé e com sua família. Ele peca por deslize, não por entrega. E seus pecados logo são perdoados e já não podem representar nenhum mal. Há paz em toda sua casa (João 14:27). Há sabedoria em suas falas, por mais simples que sejam, sem necessidade de “pesar” as palavras, pois o que está em seu coração já está santificado (Lucas 6:45). O cristão pode, eventualmente, ser prejudicado por agir com honestidade, mas é recompensado de tal forma que até o “prejuízo” contribui para o seu bem (Romanos 8:28).
O cristão é um combatente, e sua guerra não é contra pessoas, mas contra as potestades espirituais e os sistemas que escravizam a humanidade neste mundo (Efésios 6:12). Sua guerra é, também, contra sua própria carne, resistindo sempre ao Diabo. O cristão é um atleta que busca a coroa incorruptível da Eternidade, correndo a todo tempo sem se fatigar e sem se desviar do caminho (1 Coríntios 9:23-24). O cristão é vigilante e mantém-se firme na fé, esperando pela segunda vinda de Cristo (Apocalipse 16:15). O cristão ama ao seu próximo como a si mesmo; e ama ao seu Deus com toda a sua alma, com todo o seu entendimento e com toda a sua força. O cristão sabe que nada realmente importa, senão fazer a vontade de Deus e ser aprovado por Ele. Seu tesouro está amontoado no Céu (Mateus 6:20).
Este é o verdadeiro cristão, servo e imitador de Cristo Jesus.
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Tudo isso nos leva a colocar nossa vida diante de Deus e a perguntar: “Sou cristão, em espírito e em verdade? Ou será que sou apenas religioso?”.
Pois são muitos os que dizem “Senhor! Senhor!”, mas seus corações estão distantes de Deus. Eles afirmam pertencer à igreja, mas não exercitam sua fé e suas vidas em nada diferem daqueles que não são cristãos. Em Mateus 5:20, Jesus disse: se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus. Sim, pois os escribas e fariseus representavam o legalismo e a religiosidade - e o religioso não é cristão; apenas aparenta sê-lo.
O primeiro passo para a vida cristã está no reconhecimento de nossa condição de pecadores. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Romanos 3:23). O pecado não se limita ao ato de pecar (transgredir os Mandamentos), mas de nos mantermos afastados de Deus. Este afastamento nos faz lutar - sozinhos - contra pensamentos maus, vícios, sensação de um grande “vazio” na alma. E não há vitória sobre o pecado por nossas próprias forças!
Com aquele reconhecimento, arrependam-se dos seus pecados e creiam no evangelho (Marcos 1:15). O evangelho (as boas novas) é claro: existe redenção, é possível vencer o pecado, há um caminho que nos leva à Deus. Este caminho é Jesus Cristo, cujo sacrifício na cruz foi suficiente para nos justificar perante Deus. E, enquanto viveu como homem entre nós, Ele nos revelou um estilo de vida absolutamente condizente com a vontade de Deus - um exemplo para seguirmos.
Ao crermos neste evangelho e declararmos que Jesus Cristo é nosso salvador e Senhor de nossas vidas, a fé começa a operar uma grande renovação em nossas mentes, e o próprio Deus, por intermédio do Espírito Santo, nos revela Seus propósitos e Seus mistérios. Passamos a entender que, sem Deus, nada podemos fazer (João 15:5) e começamos a buscar santificação em tudo o que fazemos. Hábitos antigos, vícios, pecados que considerávamos "inocentes" passam a ser evitados. Exercitamos nossa fé diariamente, com leitura da Bíblia Sagrada, oração, ações de graças, comunhão com a Igreja de Cristo. Passamos a assumir uma verdadeira identidade: de servos e imitadores de Cristo Jesus.
Com o tempo, porém, é possível que o pecado e as dúvidas comecem a fazer morada em nossos corações, quando, então, deixamos de exercitar a fé e, até, nos esquecemos de tão grande salvação. São muitos os apóstatas e muitos os que estão fracos na fé, inclusive em nossas igrejas. Neste caso, busque ao Senhor enquanto é possível achá-Lo e invoque-O enquanto ainda está perto (Isaías 55:6).
Que nosso Senhor, Cristo Jesus, a quem imitamos, nos ajude em nossa vida cristã para todo o sempre, amém!
