POSSO QUESTIONAR A DEUS?
Infelizmente, estamos todos sujeitos a questionar a Deus. Ainda que perseveremos na fé, por vezes tendemos a enxergar nosso derredor de forma “lógica” demais; e Deus, sendo espírito e invisível, só pode ser conhecido pela fé. Por outro lado, a fé deve ser exercitada diariamente, com leitura da Palavra de Deus, oração, jejum, louvor e boas obras. Sem estes exercícios, nosso relacionamento com Deus se esfria, deixamos de ser vigilantes com o pecado e nossas mentes abrem brechas cada vez maiores para as dúvidas.
Onde vivemos? Em um mundo material e corrompido pelo pecado. Diariamente, somos bombardeados por notícias correspondentes à maldade humana e às tragédias. Somos apresentados, ainda, a todo tipo de ensino demoníaco em nossas próprias escolas, de nossos amigos, nas redes sociais, tais como o agnosticismo (a “fé” em um deus genérico, que criou o universo, mas não deseja se relacionar conosco) e o cientificismo (a “fé” depositada somente na ciência). E, ainda, presenciamos “igrejas” pregando heresias às claras; flagramos homens e mulheres “virtuosos” em pecados abomináveis; trabalhamos em ambientes de pessoas fofoqueiras e irascíveis. Um mundo verdadeiramente difícil de viver, que nos faz desconfiar de tudo e de todos... às vezes, até de Deus!
Nesta luta contra nós mesmos (desejos pecaminosos), contra as investidas do inimigo e contra o mundo em que estamos vivendo, por vezes nos cansamos; começamos a pensar que não somos suficientes para enfrentar tudo isso; deixamos de exercitar a fé e, então, questionamos a Deus.
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Afinal, posso questionar Deus?
A Bíblia claramente não aprova. “Mas quem é você, ó homem, para questionar Deus? Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: ‘Por que me fizeste assim?” (Romanos 9:20). Tiago 1:8 ensina que uma mente dividida por dúvidas “é instável em tudo o que faz”.
Isso, porém, não impediu que grandes homens questionassem a Deus, na Bíblia. O livro de Salmos tem diversas passagens neste sentido: “Por que estás ao longe, Senhor? Por que te escondes nos tempos de angústia?” (Salmos 10:1); “Até quando te esquecerás de mim, Senhor? Para sempre? Até quando esconderás de mim o teu rosto?” (Salmos 13:1); “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas do meu auxílio e das palavras do meu bramido?” (Salmos 22:1). O profeta Habacuque também o fez: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás?” (Habacuque 1:2).
Estes homens, porém, logo reconheceram o poder de Deus. No mesmo Salmos 10, lemos os versículos 17-18: “Senhor, tu ouviste os desejos dos mansos; confortarás os seus corações; os teus ouvidos estarão abertos para eles; para fazer justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem da terra não prossiga mais em usar da violência”. Também em Salmos 13, lemos “Mas eu confio na tua benignidade; na tua salvação se alegrará o meu coração. Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem” (versículos 5-6). E Deus responde à Habacuque, em seu coração, prometendo destruir os caldeus (Habacuque 1:5-11).
Vê-se, portanto, que aquelas queixas pareceram resultar, na verdade, de falta de sabedoria ou discernimento, nas circunstâncias. Eles questionaram a Deus; mas logo O louvaram e O agradeceram por benções que ainda iriam receber.
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Salmos 111:10). Entenda pela palavra temor como confiança, reverência, amor à Deus. Quanto mais você O teme, mais sábio você se torna, pois passa a discernir as obras e a providência de Deus em meio a circunstâncias terríveis, e suas dúvidas são logo substituídas pelo louvor e pela gratidão ao Senhor. Por vezes, esta sabedoria vai te faltar! Então, simplesmente peça à Deus: “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida” (Tiago 1:5).
Examine a si mesmo. Esquadrinhe seu coração e perceba qual é a origem de suas dúvidas, pois há aquelas que são pecaminosas e há as que não são pecaminosas.
Por vezes, questionamos a Deus, mas a verdade é que não queremos abandonar aquele pecado que nos escraviza, aquele vício, aquilo que fazemos quando estamos sozinhos. Ou estamos cansados de lutar contra o pecado e, simplesmente, “nos rendemos” a ele. A prática constante deste pecado nos torna insensatos e questionadores. E, nestes casos, até nossas dúvidas são pecaminosas, pois não há o interesse genuíno de buscar uma resposta de Deus e chegamos a questionar até mesmo a verdade do evangelho.
Se, porém, sua dúvida provier da vontade genuína de haver uma resposta de Deus, essa dúvida não é pecaminosa, pois resulta do desejo de conhecer mais Dele. Peça a Ele discernimento para enxergar Sua providência e, da mesma forma que fez aqueles homens que questionaram a Deus e, logo, obtiveram respostas, o Senhor substituirá suas dúvidas por louvor e gratidão a Ele.
Avalie, ainda, de onde você tem buscado respostas às suas dúvidas: se busca de Deus ou se busca de homens.
De nada adianta questionar o evangelho diante de pessoas que carregam a mesma dúvida que a sua ou que não sejam suficientemente maduras para respondê-lo. Na verdade, suas dúvidas poderão levar outra pessoa a, igualmente, questionar à Deus, enfraquecendo a fé dela. Além disso, você não obterá nenhuma resposta satisfatória. Esteja ciente, portanto, de que essa atitude é demoníaca, pois favorece a ação do Inimigo no coração de outras pessoas.
Busque, pois, respostas em Deus, com o exercício da fé. Não existe dúvida que resista à oração sincera e à graça de Deus. Em Tito 2: 11-12, lemos: "Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente". Seja vigilante e zele por sua fé e por seu serviço a Deus: “Nunca falte a vocês o zelo; antes, sejam fervorosos no espírito, servindo ao Senhor. Alegrem‑se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração” (Romanos 12:11). E resista ao Diabo “e ele fugirá de vocês” (Tiago 4:7).
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Finalmente, não é correto questionar a Deus. Mas também não podemos deixar de confessar à Deus nossas dúvidas e pedir-Lhe sabedoria para “ver” o que, por ora, não estamos “vendo”. Disponha-se diante de Deus. Derrame seu coração. Peça-Lhe fé – pois, sim, até a fé pode ser pedida: “E imediatamente o pai do menino exclamou: - Eu creio! Ajude-me na minha falta de fé!” (Marcos 9:24).
- Onde o Senhor está, meu Deus?
- Por que permitiu que isto acontecesse comigo?
- Por que não me ajuda na minha luta contra o pecado?
- Será que o Senhor me ama e tem um propósito na minha vida?
- Será que Deus, de fato, existe? Será que a Bíblia é mesmo a Palavra de Deus?
Já fez umas destas perguntas em seu coração? Ou está fazendo agora mesmo? Pois tome suas dúvidas como inimigas de sua fé e combata-as! Busque ao Senhor, exercite sua fé e resista ao Diabo (“e ele fugirá de vocês” - Tiago 4:7).
